A neurociência aplicada a arquitetura é um campo multidisciplinar, que visa compreender como os ambientes impactam na experiência humana, afetando nossos comportamentos, emoções, produtividade e claro à nossa saúde mental.
Nos últimos anos, o avanço da neurociência permitiu que estudos fossem realizados para compreendermos como os ambientes impactam diretamente no nosso comportamento. Algumas variáveis do ambiente atuam diretamente nessa percepção como iluminação, sons, aromas, cores, formas e elas são determinantes na regulação das nossas emoções, níveis de estresse, concentração e foco, criação de memorias e podem melhorar a nossa capacidade cognitiva.
“Frank Lloyd Wright tinha por convicção de que os edifícios influenciam profundamente as pessoas que neles residem, trabalham ou rezam, e por esse motivo o arquiteto é um modelador de homens. (arquitetura orgânica)“
Mas você deve estar se perguntando, como projetar através da neurociência? Vamos alguns exemplos:
- Um brifieng muito aprofundado com o cliente. Hoje existem duas ferramentas (EAPA e EAMME), desenvolvidas pela Academia Brasileira de Neurociência Aplicada a Arquitetura (Neuroarq) que possibilitam fazer esse brifieng e o cliente avalia o espaço do ponto de vista dele, sem influencias. Com o resultado, temos vários direcionadores como por exemplo, melhorar a iluminação, isso vai muito além de perguntas se gosto ou não. Para um bom projeto personalizado acontecer, precisa entender quem são as pessoas, idades, costumes, atividades que serão realizadas naquele espaço.
- Outra forma é fazer pesquisas cientificas que ajudem na conceituação do projeto. Um exemplo é a utilização de Biofilia nos ambientes hospitalares, existem inúmeras pesquisas que mostram o quanto é benéfico ter contato com a natureza e que ela ajuda no processo de cura, ou seja, você consegue defender um partido de projeto/conceito baseado em dados científicos.
- Utilização de equipamentos para mensurar e capturar as percepções dos clientes (óculos de realidade virtual, biofeedback), porém para alguns desses equipamentos é importante ter um profissional especializado, por isso dizemos que é multidisciplinar.
Essa nova forma de projetar cabe em absolutamente todos as tipologias, vamos alguns exemplos:
- Ambientes Corporativos: o uso da neurociência é estratégico para aumentar a produtividade e o engajamento dos colaboradores e trazer o senso de pertencimento. Espaços colaborativos, áreas de descompressão e a utilização de biofilia, são elementos que impactam positivamente o bem-estar e a capacidade de foco.
- Hospitais e Clínicas: promove a recuperação dos pacientes e o bem-estar da equipe médica. Possibilitar o acesso à luz natural, contato com a natureza e a criação de áreas de descanso são essenciais para reduzir o estresse e melhorar a resposta emocional e psicológica dos pacientes.
- Espaços Educacionais: melhora o aprendizado e a interação social. A configuração de salas de aula com iluminação adequada, acústica bem planejada e cores que promovam a concentração cria um ambiente propício para o aprendizado.
- Residências: possibilita a criação de ambientes que promovem relaxamento e conforto, essenciais para a saúde mental. O uso de materiais naturais, janelas grandes para entrada de luz e a criação de espaços multifuncionais contribuem para o bem-estar e interação da família.
“Pesquisadores da Universidade College London, confirmaram que olhar para algo belo, pode realmente nos deixar mais felizes, porque isso estimula dopamina em nosso cérebro. Arte e Design de boa qualidade nos ambientes podem até mesmo induzir a mesma atividade cerebral de quando estamos apaixonados”
Trecho do Livro – O Segredo da Dinamarca.
A neurociência aplicada à arquitetura é uma importante ferramenta para a criação de espaços que não apenas atendem às funções práticas, mas também promovem experiências positivas, gerando um impacto bem-estar e no comportamento das pessoas que os utilizam.
“não é sobre mudar as pessoas, é sobre mudar os ambientes e incentivar a mudança das pessoas” (neuroarq academy)
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