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A Petrobrás perdeu entre 2014 e 2018 cerca de 39% de suas reservas provadas de acordo com os critérios da Society of Petroleum Engineers (SPE). O dado coloca em evidência o desafio da empresa em fazer novas descobertas nos próximos anos para recompor os seus volumes. Mas uma recente aquisição da companhia pode trazer bons resultados neste sentido. Trata-se do bloco de Peroba, no pré-sal da Bacia de Santos, que teve sua perfuração iniciada em outubro do ano passado. Um relatório produzido pela Wood Mackenzie coloca a área no primeiro lugar em um raking de ativos potenciais em todo o mundo. De acordo com a consultoria, se o poço do bloco for bem-sucedido, a Petrobrás e suas parceiras BP e CNODC provavelmente terão em mãos “uma descoberta muito significativa”, com volume estimados em mais de 5 bilhões de barris de óleo equivalente.

“As Américas receberão muita atenção este ano. Os players da América Latina respondem por um terço das grandes e gigantes perspectivas mundiais programadas para a perfuração em 2019”, afirmou o vice-presidente de exploração global da Wood Mackenzie, Andrew Latham. “Esta região também verá um terço dos possíveis poços de abertura. Reservatórios excepcionais no Brasil, na Guiana e no México atrairão a maioria dos investimentos”, acrescentou.

Como o Petronotícias publicou no início de janeiro, a Petrobrás encontrou indícios de hidrocarbonetos em Peroba. A descoberta foi feita em lâmina d’água de 2.235 metros, no poço 1-BRSA-1363-RJS. O bloco foi adquirido na 3ª rodada de licitações da ANP, em 2017. Os resultados de sua perfuração foram bem rápidos, já que a atividade de exploração começou em outubro de 2018. A estatal opera o ativo com 40%, enquanto a chinesa CNOOC possui 20% e a inglesa BP os 40% restantes.

O relatório da Wood Mackenzie indica ainda que muitos dos poços planejados para este ano têm o potencial de adicionar grandes volumes. Em todo o mundo, afirma Latham, a expectativa é que as descobertas de 2019 adicionem cerca de 15 bilhões a 20 bilhões de barris de óleo equivalente em novos recursos. No ano passado, a consultoria afirma que a exploração adicionou pelo menos 10,5 bilhões de barris de óleo equivalente, um dos volumes mais baixos em várias décadas.

A avaliação da Wood Mackenzie também leva em consideração que as tecnologias energéticas sustentáveis estão avançando e as atitudes em relação à exploração de petróleo e gás também estão mudando. Como resultado, a previsão é de novas proibições de exploração mais parciais ou completas. Ontem, foi anunciado que o Senado da Itália está discutindo uma lei para suspender as atividades de exploração de petróleo e gás em concessões que foram aprovadas ou estão em processo de aprovação. A votação do projeto está programada para 12 de fevereiro. Se aprovado, a suspensão das atividades duraria até 18 meses para permitir que as autoridades governamentais avaliassem a adequação das áreas de exploração para atividades sustentáveis de exploração e produção de hidrocarbonetos.

Fonte: PetroNotícias