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Você provavelmente já ouviu falar em drenagem de solo. Em diferentes espaços e ambientes, a drenagem é uma etapa importante de qualificação do solo. Para as ferrovias, isso não é diferente. Para que um trem consiga se movimentar com segurança nos trilhos, é fundamental que o solo que sustenta ambas as composições seja resistente e qualificado.

O processo de drenagem em vias férreas consiste no escoamento das águas dos terrenos onde será construído o projeto da ferrovia. A água é escoada por canos, canais, valas, fossos, tubulações, túneis, entre outros.

Essa etapa, que deve ser executada após a terraplanagem, garante a maior compactação do solo, o capacitando para que ele possa receber a construção naquele determinado ponto de terra.

Mas como funciona esse processo exatamente? Quais são as características do solo, dos projetos construtivos, as necessidades, por que é tão importante essa prática? É isso que veremos no artigo a seguir.

Estrutura da via férrea

Primeiramente, é fundamental entender como está composta a estrutura de uma ferrovia para que você consiga identificar onde está montado o sistema drenagem em vias férreas.

A estrutura como um todo é composta principalmente pela superestrutura, que é a responsável pelo contato direto com trem, absorvendo seu peso e sua dimensão durante o trajeto em uma linha ferroviária. Essa superestrutura é constituída por obras que envolvem uma série de materiais.

Enquanto isso, a infraestrutura da via que dá o suporte e o apoio para a superestrutura é composta principalmente por terraplanagem, aterramento e sistemas de drenagem.

Para entender um pouco melhor, selecionamos quais são os componentes que formam a superestrutura e depois passaremos a falar da infraestrutura ferroviária, mais especificamente do sistema de drenagem, entendendo que ele está presente em diferentes camadas dessa composição.

  • Trilhos;
  • Dormentes;
  • Lastro;
  • Sublastro.

Trilhos

Os trilhos são os perfis de aço laminado que são agrupados um a um até que uma via férrea seja completamente estruturada. São sob essas estruturas que os trens se mantêm conectados durante um trajeto através de suas rodas, projetadas para se encaixar perfeitamente sobre esse componente para que a movimentação ocorra.

Dormentes

As dormentes são as peças conectadas entre os trilhos de trem, montando uma composição uniforme durante todo o percurso de uma via férrea. Esse componente pode ser fabricado em diferentes materiais, como madeira, aço, betão, concreto, entre outros. Elas ajudam os trens a se manterem fixados durante o trajeto, bem como ajudam na sustentação do peso das cargas.

Lastro

O lastro é a parte que assenta as dormentes, permitindo que elas sejam fixadas e posicionadas na via férrea de maneira segura. Normalmente os lastros são compostos por uma camada de pedras britadas, posicionadas sobre o terreno.

Sublastro
Como o próprio nome já indica, o sublastro é uma parte da infraestrutura da composição da via que é posicionada abaixo do lastro. Composto por materiais como lateritas, cascalhos e solos arenosos, por exemplo, o sublastro tem a função de ajudar a absorver o impacto das cargas no lastro, transferindo para os terrenos adjacentes a ele.

Tipos de drenagem em vias férreas

É importante destacar que existem dois principais tipos de drenagem em vias férreas: drenagem superficial e profunda. Cada um desses modelos de drenagem possuem diferentes objetivos durante esse processo, mas ambos são fundamentais para garantir que essa técnica seja bem executada.

Drenagem superficial
Os níveis de drenagem podem já ser identificados pelo nome de cada tipo. A drenagem superficial, por exemplo, acontece na superfície do terreno.

O principal objetivo da drenagem superficial é conseguir fazer o escoamento adequado das águas acumuladas na superfície do terreno em que será montada ou que está posicionada nas outras estruturas de uma via férrea.

Isso ocorre pelo grande acúmulo que se tem nessa parte do terreno em decorrência das precipitações, essencialmente as chuvas. Nesse sentido, a drenagem superficial, um dos modelos de drenagem em vias férreas, visa criar um sistema que possibilite que essa água acumulada seja dissipada no solo.

Para isso, existem algumas estruturas que precisam ser utilizadas, como a aplicação de valas revestidas, canaletas moldadas, guias de sarjetas e tubos de concreto, por exemplo.

Drenagem profunda
Já a drenagem profunda é um modelo de drenagem em vias férreas mais intenso. A ideia da drenagem profunda é eliminar as águas acumuladas no interior do solo do terreno da via férrea, visando baixar o nível freático. Isso é fundamental para que as águas presentes nas profundezas do solo não atinjam a superfície, dificultando ainda mais o processo de drenagem em vias férreas de maneira adequada.

Para que esse sistema funcione, a drenagem profunda é composta, essencialmente, por trincheiras drenantes, drenos e valas horizontais profundas.

Os drenos, por exemplo, são ferramentas do sistema que fazem a colheita da água e a transportam para um local afastado do sistema de drenagens em vias férreas, garantindo que essa água seja dissipada e não interfira mais no funcionamento da via.

Percebendo a montagem dos sistemas de drenagem em vias férreas, conseguimos entender que os lastros e sub lastros são parte da superestrutura ferroviária que também atuam para que a drenagem da água seja bem executada, já que essas são as estruturas posicionadas tanto na superfície como em uma camada profunda da via.

Consequências de um sistema de drenagem em vias férreas deficiente

O sistema de drenagem é uma parte fundamental dessa composição que possibilita que os trens sejam atuantes nas malhas erradas, já que qualifica a superestrutura e dá o suporte necessário para que a construção não sucumba.

Nesse sentido, naturalmente a montagem de um sistema de drenagem deficiente pode trazer uma série de consequências para a via férrea em que ele foi instalado.

Pelo acúmulo da água na superfície, um sistema de drenagem em vias férreas ineficientes pode gerar inundações da via e dos terrenos adjacentes, impedindo que os trens possam ser acionados.

A deterioração dos trilhos e dos outros componentes da superestrutura também é uma consequência importante da imprecisão de um sistema de drenagem em vias férreas. O contato direto e acumulado da água com o metal, madeira e outros materiais da estrutura, por si só, já podem causar certos impactos estruturais com o passar do tempo.

Além disso, por conta da dificuldade da movimentação dos trens nas vias, em decorrência do acúmulo de água, os danos podem se tornar ainda maiores com o passar do tempo.

Isso pode acabar diretamente na velocidade dos trens, na quantidade de viagens que um trem conseguirá realizar na via e, consequentemente, impacta na economia, já que pode ser necessário que viagens sejam interrompidas ou desaceleradas, alterando o planejamento das empresas envolvidas no transporte das cargas.

Por fim, outro aspecto que precisa ser mencionado é em relação à erosão, que é um dos problemas mais significativos quando falamos de deformação do solo aqui no Brasil. A erosão hídrica faz com que o solo onde está posicionado os trilhos e as outras composições se deteriore e deforme, dificultando que a composição da via férrea possa funcionar da maneira desejada.

Conclusão sobre drenagem em vias férreas

Como vimos, a drenagem em vias férreas é fundamental para que a via funcione da maneira esperada. A drenagem faz com que a água acumulada, tanto na superfície, como no subsolo do terreno, seja escoada de maneira qualificada, evitando uma série de problemas que podem ser prejudiciais, como desgaste dos trilhos, danos estruturais da linha férrea, erosão do solo, entre outras.

Fonte: Massa Pesagem

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