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A Nasa está na contagem regressiva para o pouso em Marte, nesta segunda-feira (26), da sonda Mars InSight, a primeira capaz de medir terremotos e estudar o funcionamento interno de outro planeta rochoso.

A nave espacial não tripulada foi lançada há quase sete meses e percorreu 482 milhões de quilômetros desde então.

Parte de sua missão é informar sobre os aspectos do planeta e preparar os estudiosos para enviar algum dia exploradores humanos ao planeta vermelho, algo que a Nasa espera concretizar na década de 2030.

O pouso desta segunda em Marte é o primeiro desde 2012, quando o explorador Curiosity, também da Nasa, aterrissou na superfície do planeta para analisar suas rochas em busca de sinais de vida que possa ter habitado o planeta vizinho da Terra, agora gélido e seco.

InSight, que custou 993 milhões de dólares (3,8 bilhões de reais), deve sobreviver à difícil entrada na atmosfera do planeta vermelho, viajando a uma velocidade de 19.800 km por hora e reduzindo rapidamente a velocidade a apenas 8 km por hora.

A fase de entrada, descida e aterrissagem começará às 17h47 do horário de Brasília nesta segunda. Em tom de brincadeira, a Nasa tem se referido a essa etapa como os “sete minutos de terror”.

Das 43 missões lançadas a Marte, apenas 18 chegaram ao planeta vermelho, uma taxa de sucesso de cerca de 40%. Todas as naves lançadas até hoje foram dos Estados Unidos.

“Ir a Marte é muito, muito difícil”, disse Thomas Zurbuchen, administrador associado da Direção de Missões Científicas da Nasa. “A parte emocionante é que estamos construindo tudo isso sobre o sucesso da melhor equipe que já aterrissou neste planeta, que é a equipe da Nasa” e seus colaboradores.

O instrumento central da InSight é um sismômetro de detecção de terremotos que foi feito pela Agência Espacial Francesa (CNES).

“Esta é a única missão da Nasa concebida em torno a um instrumento de fabricação estrangeira”, disse Jean-Yves Le Gall, presidente da CNES.

Por isso, acrescentou, “é uma missão fundamental para os Estados Unidos, França”, e para melhorar a compreensão de Marte.

Os seis sensores de terremoto a bordo são tão sensíveis que deveriam revelar os menores tremores em Marte, como o fraco puxão de sua lua Fobos, os impactos dos meteoros e possivelmente a evidência de atividade vulcânica.

A sismologia ensinou à humanidade muito sobre a formação da Terra, há cerca de 4,5 bilhões de anos, mas grande parte da evidência baseada na Terra se perdeu com a reciclagem da crosta, impulsada pela tectônica de placas. Este processo não existe em Marte.

A nave também tem uma sonda que pode escavar até uma profundidade de entre três e cinco metros, para oferecer a primeira medição precisa das temperaturas sob a terra em Marte e a quantidade de calor que escapa de seu interior.

O pouso da InSight será amortecido por um paraquedas. Seu escudo térmico ajudará a desacelerar a nave e a protegê-la contra a fricção da entrada na atmosfera de Marte.

O local de pouso é uma área plana chamada Elysium Planitia, que a Nasa apelidou de “o maior estacionamento em Marte”.

Fonte: Veja