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Apesar de ser um material extremamente resistente, o concreto pode se deteriorar naturalmente ao longo do tempo. Ele está sujeito a ações externas prejudiciais e até mesmo a falhas de execução. Quando isso acontece, o aspecto e a segurança de uma construção ficam comprometidos, sendo necessário recuperar as estruturas de concreto armado que apresentam falhas. Hoje, vamos te mostrar como restabelecer as condições de uso das estruturas e prolongar sua vida útil.

Diagnosticando as causas do problema

A primeira etapa que deve ser cumprida é a identificação dos problemas que afetam o concreto. Microfissuras (aberturas inferiores a 0,05 mm), fissuras (aberturas inferiores a 0,5 mm) e trincas (aberturas de até 1 mm) são as ocorrências mais comuns. Elas surgem quando as deformações do material superam as tensões que ele é capaz de suportar.

O aparecimento dessas complicações superficiais também está ligado à infiltrações, ataques químicos (quando o ambiente está contaminado por sulfato, por exemplo), dilatações e retrações térmicas. Em casos mais críticos, as aberturas permitem a passagem de substâncias agressivas que corroem as armaduras de aço e podem evoluir para rachaduras ou fendas perigosas.

Logo, é essencial contratar um especialista para avaliar a real gravidade das trincas e fissuras. Apenas ele poderá determinar se a reparação é viável ou se a situação exige uma intervenção mais profunda. Mas lembre-se: antes de iniciar os consertos na estrutura, resolva primeiro as causas do problema.

A análise da trinca ou fissura também é importante, pois interfere na escolha do material a ser utilizado, no seu preenchimento ou adaptação. Trincas ou fissuras ativas (que se movimentam) ou passivas (que não se movimentam), na presença ou não de umidade, são critérios determinantes para essa escolha. Lembrando que essa análise e reparo precisam ser feitos por um profissional especializado.

Recuperando estruturas de concreto armado 

Muitas trincas e fissuras são fáceis de serem reparadas: basta preencher suas aberturas com selantes acrílicos e fazer o acabamento em seguida. No entanto, existem casos avançados que podem até expor a armadura da estrutura, por isso demandam um pouco mais de trabalho. O exemplo de reparo que daremos a seguir está relacionado justamente à recuperação desse concreto de cobrimento de armaduras.

Após diagnosticar o problema, o próximo passo é verificar a superfície com um martelo para detectar áreas não aderidas ou deterioradas. Em seguida, delimite a região que precisa ser recuperada, fazendo um corte com a serra elétrica de, no mínimo, 5 mm de profundidade. O objetivo aqui é formar arestas retas na seção a ser reparada.

Com o auxílio de um martelete ou de ponteiro e marreta, faça o apicoamento das regiões danificadas e elimine todos os detritos. Nessa etapa, é fundamental tomar cuidado para não atingir a armadura. Se o reparo estiver acontecendo em vigas ou pilares, é recomendado isolar o local e posicionar escoras de sustentação para garantir a segurança.

Caso as barras estejam oxidadas, use escovas de aço para remover as camadas de óxidos de ferro. Porém, se já houver corrosão e as perdas forem significativas, as barras deverão ser substituídas. Após a limpeza ou troca da armadura, lembre-se de aplicar nela uma resina epoxídica rica em zinco para proteger contra corrosão. Evite manchar o concreto durante esse processo e deixe o produto secar por, no mínimo, 1 hora. Depois, molhe a área a ser recuperada com água para criar uma superfície aderente e isenta de partículas soltas, pinturas ou óleos. Isso deve ser feito instantes antes da aplicação da argamassa de reparo que melhor atender às necessidades da obra. Um projeto com altas taxas de armadura, estruturas complexas e locais de difícil acesso pode precisar de um concreto autoadensável com mais fluidez ou groute, enquanto reparos localizados se beneficiam mais com uma argamassa moldável ou tixotrópica, por exemplo.Dê preferência a argamassas industriais e respeite a dosagem recomendada pelo fabricante.

Comece a preencher a área com a mistura, moldando-a com a colher de pedreiro ou com as próprias mãos protegidas com luvas. Respeite o tempo de vida útil (tempo em aberto) e de “puxamento” de 1 a 3 horas (para que a massa endureça naturalmente) e execute o acabamento com a desempenadeira.

Por fim, inicie a cura úmida da região recuperada por um período de, no mínimo, sete dias para impedir o surgimento de fissuras de retração.

Existem diversas outras técnicas de reforço e recuperação estrutural envolvendo a colocação de mantas de fibra de carbono, resinas sintéticas de alto desempenho ou graute epóxi, cada uma adequada a uma determinada situação. Portanto, faça uma análise atenciosa antes de começar os reparos nas estruturas de concreto. 

Fonte: Cimento Mauá

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